terça-feira, 15 de outubro de 2013

Do Somethin'

Exato Britney Spears. Pra quem conhece o repertório sabe de qual musica estou falando... Estava eu lendo um blog, e lembrei do meu... estranho porque em uma época da minha vida em que estive por aqui refletindo, escrevendo e me descobrindo fui muito feliz, é certo que nessa época tudo era novo, e tudo me deslumbrava; hoje em dia pouca coisa me deslumbra, quase nada me assusta, nada que me digam causa o mesmo espanto outrora marcado por descobertas exuberantes de uma "era" não muito longínqua.
O que me fez voltar aqui foi a necessidade de falar nem que seja para as paredes um pouco de mim, os sentimentos que permeiam minha vida, colocar para fora, nem que seja num vomitar de palavras, verborrágico mesmo. Então, foi lendo esse tal blog que me veio a vontade de dar sentido as palavras, dar sentido ao sentimentos, externalizar através das palavras o que o corpo precisa, Why don't you do something? a musica diz, e enquanto lia esse texto do blog via que por trás de cada palavra existia um sentimento que mesmo que o autor tentasse esconder, mascarar num jogo de metáforas, hipérboles, e diversas figuras de linguagem estavam lá, talvez eu que queria que elas tivessem o sentido que tinham, mas elas faziam sentido, os sentidos e sentimentos se sentiam atrás das letras, "somebody give my truck, so I can ride the clouds" , é isso que eu quero pegar um caminhão, taxi, ônibus, "um trêm pras estrelas", cavalgar nas nuvens, voar... e a palavra me permite isso, então estou novamente por aqui divagando em cada letra, sem dar sentido algum, ou sentindo demais e expressando "demenos", então eis-me aqui fazendo algo, seja lá o que for...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Uma revolução arco-quilombola-judaico-holocaustica-apartheid-etc-íris

Acho q o Brasil está prestes a ver uma revolução arco-quilombola-judaico-holocaustica-apartheid-etc-íris! Todo mundo saindo do armário, cada vez mais forte são as discussões sobre o assunto, mas será que os gays vão ter que enfrentar revoluções, guerras, pra ter direitos como qualquer outro, até quando vamos ter que resolver na porrada problemas de credo, raça ou ideal. Será preciso uma revolta como os marinheiros fizeram pra parar de apanhar, na revolta da chibata. Eu sei q a historia está cheia de coisas que hoje são consideradas "normais", negro até pouco tempo não tinha alma, milhares de judeus foram para o holocausto, cristãos perseguidos até a morte por acreditarem em algo considerado diferente para uma época, eu não consigo entender como essas mesmas pessoas entre outras, julgam, condenam alguém, porque eu tenho certeza que dentro de cada nicho desses descrito, tem um homossexual sendo reprimido, porque antes de eu me entender também me sentia reprimido, e fui forçado a me vir a tona por gente que hoje em dia nem se quer me dá um telefonema, ou pergunta se já coloquei silicone, se peguei aids, como quem tá de fora ainda vê quem é homossexual... meu pequeno desabafo diante de tanta discussão que tem envolvido tanta gente!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Minha relatividade

Ah... tudo passa, alegria passa, tristeza passa, a dor passa, e quando você menos espera a vida passa. Estranho eu do alto dos meus 26 anos escrever isso, é que às vezes parece que tudo está passando e eu estou esquecendo-me da vida, as emoções vem e vão e eu fico sem saber o que na verdade esta acontecendo, no instante que notei, passou, Clarice falou disso, e eu observando sua pintura em agua viva me encontro assim, nesse instante que passa e nem o vejo. É difícil de explicar como o tempo passa pra mim, relatividade, foi assim que Einstein chamou. O que realmente é relevante é o que faz o tempo ser relativo, isso pra mim. Não sei se considero tantas coisas relevantes o suficiente, ou então as vivo tão intensamente que nem as noto. Um simples passar da folha do livro que leio e lá se vai algo, tão meramente importante, quanto abrir os olhos ao tocar do despertador, que me arranca das minhas mais belas fantasias, para a realidade, que absorvo de modo tal, que mesmo acordado, continuo dormindo. Não sei se consigo entender agora o que acontece comigo, estou me redesenhando, readmitindo ser o que eu sou, mesmo quando percebo que já fui, que já passou, um “eu” que vive e me toma sem eu saber, porque quando descubro que estou o sendo, já não o sou mais. Dificilmente eu entendo para onde estou indo, apenas sou empurrado pelas circunstâncias e caio profundamente neste sonho onde posso ser tudo que quero ser. De repente posso ser Super-homem, ser invulnerável, pertencer a algo realmente incrível, mas entendo que todo sonambulo, faz as coisas sem saber o que está fazendo, embora naquele momento acredite que aquilo é real. Não sinto nada passar devagar, tudo passa, passa e passa. Sabe quando você está em um carro em movimento e você direciona a sua visão para fora, pela janela e tudo que está ao seu lado passa, some, e se você continua olhando na mesma direção você não vai enxergar nada, acho que isso exemplifica bem, porque quando você olha em direção à frente você consegue enxergar mesmo que distante, é possível perceber as formas do que está vindo, mas quando chega até você “puff” já foi, e só olhando para trás você consegue ver novamente, só que agora está se distanciando, perdendo a forma novamente. Acho que está tudo passando e eu ainda estou no carro, melhor parar um pouco e olhar a paisagem, perceber as formas, entender os significados. Relativo.

sábado, 10 de novembro de 2007

Em decomposição


Um feixe de luz o incomoda tanto que o faz levantar. O corpo está dolorido, a mente confusa sobre como chegou àquele lugar, se dirige até de onde vem o feixe e olha através do vidro, já é madrugada, a lua o acordara com sua luminescência ofuscante. Com os olhos refaz o trajeto do feixe, passando por todo o lugar até a cama em que seu corpo se indispunha ao levantar, um corpo jogado sobre os lençóis... se aproximou e sentiu que o cheiro da morte já havia se espalhado por todo lugar. Silêncio. Como um sepulcro frio e sem barulho, aquilo que parecia um quarto, fez com das batidas do seu coração tão altas capazes de acordar até um morto. Foi até o banheiro de onde vinha a única fonte sonora, causada por uma gotejante e insistente torneira de uma pia pequena e amarelada. Lavou o rosto e pensou ao olhar seu rosto pálido refletido no espelho – Novamente! Como poderia isso acontecer novamente? – as costas ardidas por arranhões profundos – Deve ter lutado muito! – um arrepio percorreu-lhe a espinha, voltou até a cama, olhou para a pele de uma tez branca, quase que tão branca, quanto um mármore bruto, sem brilho, apagado. Sentiu uma dor no coração, lágrimas quase escorreram dos olhos, remorso, não, apenas dor...
Lembrou-se das outras vezes que isso lhe ocorreu, sempre à noite, sempre quando sai, sempre aos fins de semana, sempre acaba tendo que se livrar de mais um corpo. Tantos outros corpos, brancos, pardos, altos, pequenos, franzinos, até mesmo fortes, e estes lhe causavam mais vontade. Não havia escolha, antes de amanhecer devia desaparecer. Precisava pensar, mas como? Estava ali junto daquele corpo que já lhe causava náuseas, o cheiro cada vez mais forte em suas narinas, e a morte toda espalhada pelos lençóis, embora adoraria ficar e ver o corpo se decompor em sua frente. Outro sentimento agora tomava conta de sua alma, sua alma mais uma vez se esvaziara, e se enchera de pena, passando a mão pelo rosto inerte, deitou-se novamente, um pouco afastado desta vez, tentando encontrar resposta para o tinha feito. Por que tanta fraqueza? Por que tanta auto-piedade agora? O que está feito, está feito. Adormeceu, tentando encontrar respostas para aquilo, se algum trauma, se a vida tinha que ser assim daquela maneira.
Mais uma vez uma luz o incomodava. Já era manhã, e não tinha fugido como pensou em fazer antes de adormecer – E agora? – pensou que agora esse seria o seu fim, ouviu um barulho vindo da porta, que poderia ser sua única saída, um barulho estranho, não percebido durante toda a madrugada, como de passos se afastando, cada vez mais longe da porta e de seus ouvidos que agora estavam grudados na madeira velha, pediu aos céus que não voltasse. Voltou-se para a cama, não havia corpo... O que teria acontecido, seria um terrível pesadelo? Não. Sabia que já havia feito isso muitas vezes, não poderia ter errado desta, sua vítima desta vez teria escapado, não era tão forte assim...
Foi até o banheiro para se certificar que não estava na banheira como muitas vezes deixou os outros, e depois saia como se nada houvesse acontecido. O suor começou a escorrer pela testa, as costas ardiam mais pelo suor frio que lhe escorria por toda espinha, voltou para o lugar onde ficava a cama, procurou por suas coisas vestiu-se rapidamente e viu que na cabeceira da cama havia algumas notas e um bilhete dizendo – Essa é a minha parte, espero que tenha dinheiro para completar o restante – percebeu então que tinha escapado desta vez, sua vítima tinha lhe preparado uma mesma armadilha, e o corpo que desta vez estava se decompondo por dentro era o seu...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

E...

Hoje eu queria ser outro
Não ser eu
Não ser mau
Ser ninguém
Ser quem não sou
Algo que fizesse alegria
Que trouxesse um frio na barriga
Queria amar sem ter que chorar
Eu sou o resto do que ficou no esquecimento
Nada que eu tento tem força o bastante pra sobreviver...
Eu sou o resto do que tenta sobreviver em mim...
E só!

Medo!


Meu peito,
Minha alma,
Aperto,
Desconforto
Tristezas alegres
Lembranças que esqueço
Mas se lembram em mim
Vontade de sumir
Vontade de ser
Vontade de morrer
Quero correr o mais rápido que puder
Pra que ninguém chegue perto de mim
E me esconder daquilo que sou
Medo de ser e não poder ter aquilo que quero
Medo de não ser o que posso
Como dói
Como é?
O que é?
Como é?
O que dizer?
Isso é muito difícil para entender
Só quero colo
Só quero colo
As letras,
As músicas,
O calor
As lágrimas que quero derramar por você
Mas minha voz é fraca
Minha voz é mentirosa
Minha voz não se diz
Nem se conta
Não sei o que, não sei dizer,
Nem fazer.
Quem sou?
Quem serei...
Quem eu posso
Não sei...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Poeira sobre o Carrara

Passado obscuro, vida insana, lama, sujeira na alma, são esses alguns dos adjetivos que se sobrepoem em minha mente toda vez que me deparo com eles, e estão por toda parte, com seus olhares altivos, suas vidas pseudoperfeitas, seus sorrisos esculpidos sobre o Carrara, combrindo-lhes a face morna de suas vidas... tristes...
Tento entender como podem ser tão apáticos a realidade, tão mesquinhos, ao ponto de se anularem, e deixarem de ser humanos, estranhos, opacos, cinza...
Gosto de pensar que um dia irão se encontrar, que não terão que olhar altivos, para não mostrar suas fraquezas, não terem que usar máscaras frias sobre o rosto, para disfarçar tristezas, sei que é dificil se ver de dentro pra fora e encontrar o seu íntimo unido ao exterior com harmonia, mas não é preciso disfarçar, ou moldar vidas sorrisos artificiais.
Espero poder andar com as marcas de choro sobre o meu rosto, e as marcas de uma velhice ao lado de alguém que amei de verdade, sem reserva, e não ofender ninguém com minha felicidade, que os meu raros cabelos junto a minha pele já aspera e enrrugada, não seja motivo de inveja, pois é a unica coisa que pode causar tanta aversão.
Não posso machucar ninguém, a não ser pela grande força de vida que invade e toma lugar, que toma proporções gigantescas diante da face empoeirada das máscaras frias que estão ao meu redor, manchadas pelo tempo...
Só que não posso parar , não posso me anular em favor deles, sei que posso ajudá-los, sei onde erram, pois já errei da mesma maneira, mas são muito soberbos para entender... só sinto ... só posso viver...